Pular para o conteúdo principal

Folclore Brasileiro - linha do tempo

O conceito do folclore passou por algumas modificações ao longo do tempo e ainda gera bastante discussão, mas para entender um pouco da história preparamos essa rápida linha do tempo:


1846 Folklore

A expressão Folk(povo) lore(saber) foi criada pelo escritor chamado William John Thoms, e que só se popularizou após a criação da Sociedade do Folclore no século XIX, na região da Europa e Estados Unidos, o que colaborou para denominar os estudos voltados à antiguidades e literatura popular. Desse modo, o “saber do povo” engloba diversos assuntos, sem limite de extensão, porque os elementos culturais surgem de maneira espontânea e facilmente se mesclam no cotidiano e podem abranger músicas, danças, festas populares, usos, costumes,culinária, crenças, arte, jogos, linguagens, literatura e oralidade.


1878 Sociedade do Folclore

Tendo surgido em Londres, foi responsável pela definição de alguns aspectos do folclore, como narrativas, costumes, crenças e linguagem popular.


1940 Debate sobre o Folclore como Ciência

Pode-se dizer que os estudos sobre folclore foram impulsionados, além do próprio William John Thoms, por Johann Gottfried von Herder e os irmãos Grimm. No Brasil, a valorização da cultura popular no meio acadêmico, fazendo parte das ciências sociais de modo geral, se deu através de folcloristas como Mário de Andrade, Florestan Fernandes, Câmara Cascudo e Pedro Teixeira.


1947 Comissão Nacional de Folclore

É estruturada a Comissão,no sentido de reconhecer e estudar culturas populares, para atender as orientações da UNESCO.


1951 Congresso e Carta sobre Folclore no Brasil

Primeiro Congresso sobre Folclore no Brasil, foi realizado no Rio de Janeiro, onde procurou-se definir o termo, entretanto isso atualmente ainda é motivo de discussão. Desse Congresso foi elaborado a Carta do Folclore Brasileiro, um guia para estudos futuros sobre a temática, além de definir os elementos característicos do folclore.


1958 Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro (CDFB)

Órgão permanente dedicado ao Folclore, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura e à Funarte como Instituto Nacional do Folclore. Atualmente a instituição recebe o nome de Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular e passou a integrar o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


1961 Revista Brasileira do Folclore

A Revista Brasileira do Folclore circulou até 1976, em 47 volumes, que continham artigos, boletins, notas de pesquisas e registro de eventos.


1961 Biblioteca Amadeu Amaral 

Especializada em Folclore e Cultura Popular e localizada no Rio de Janeiro, homenageia Amadeu Amaral, responsável por levantar discussões acerca desse campo e sugerir a criação de comissão para estudo do tema.


1965 Criação do Dia do Folclore

Criado pelo Decreto nº 56.747, na época do presidente Castello Branco, com o objetivo de preservar o acervo existente sobre o tema e incentivar estudos na área.


1968 Museu do Folclore Edison Carneiro

Em 1976, o museu passou a se chamar Edison Carneiro, em homenagem a um dos folcloristas inspiradores da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro (CDFB) e que também colaborou no Conselho Nacional de Folclore, na Comissão Nacional de Folclore, e outras instituições sobre o folclore em outros países.


Por Laís Hellen

Graduanda em Biblioteconomia e Ciência da Informação

Estagiária da Biblioteca Escola do Futuro Dalila Galli


Referências:

CENTRO Nacional do Folclore e Cultura Popular. Disponível em: http://www.cnfcp.gov.br/interna.php?ID_Secao=1#:~:text=Desse%20processo%20resultou%2C%20em%201958,como%20Instituto%20Nacional%20do%20Folclore.. Acesso em: 04 ago 2020.


NEVES, Daniel. Folclore. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/folclore. Acesso em: 04 ago 2020.


CENTRO NACIONAL DE FOLCLORE E CULTURA POPULAR. (Brasil) Setor de Difusão Cultura. Organização de Lucia Yunes, Lucila Silva Telles e Anamaria Cretton. Professor. Rio de Janeiro: IPHAN, CNFCP, 2013. http://www.cnfcp.gov.br/arquivos/file/Publica%C3%A7%C3%A3o%20para%20Educadores.pdf Acesso em: 04 ago 2020.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Repensando o folclore no Brasil: origens e instituições

Com a chegada de agosto são comuns as comemorações sobre o folclore, sobretudo no contexto escolar. Quem não se lembra de ouvir lendas como a do saci, ou de aprender sobre as parlendas, as cantigas e os provérbios? Isso tudo faz, sim, parte de nossa cultura e folclore, mas será que ele só existe no mês de agosto? Será que folclore é só para crianças, para ser aprendido na escola?   Nos textos deste mês queremos promover uma reflexão para ampliar nossos horizontes sobre o folclore brasileiro. Começaremos com uma apresentação sobre suas origens e sobre uma importante instituição brasileira que trata dessa temática. Acompanhe a gente nessa jornada.   Folclore, um campo de estudos   "(...) mais importante do que saber concretamente o que é ou não é folclore é entender que folclore é, antes de qualquer coisa, um campo de estudos. Isso quer dizer que a noção de folclore não está dada na realidade das coisas. Ela é construída historicamente e, portanto, a compreensão do que...

Dia Nacional do Livro

Dos tijolos de barro e folhas de palmeira aos rolos de papiro, pergaminhos e finalmente ao papel, a história do livro se inicia com a invenção da escrita, há cerca de 5000 anos e passa por uma série de descobertas e inovações tecnológicas até chegar ao formato que hoje preenche as prateleiras das bibliotecas e acervos pessoais ao redor do mundo, conserva a riqueza do conhecimento humano ao longo dos séculos e ainda é objeto de desejo de muita gente.  Neste post você vai acompanhar um pouco dessa história, descobrir qual o primeiro livro impresso no Brasil, conhecer um pouco das etapas de produção do livro, além de encontrar uma sugestão de leitura para aprofundar seu conhecimento no assunto. Vamos lá? Dia Nacional do Livro A data, celebrada ontem, homenageia a fundação da Biblioteca Nacional do Brasil, em 1810. Localizada no Rio de Janeiro, sua história se inicia com a chegada, em 1808, da família Real que trouxe consigo cerca de 60 mil peças, incluindo livro, manuscritos, mapas e ...